7 de set. de 2008
"Homem descasado procura.
"Homem descasado procura.
Homem de 40 anos, que só gosta de mulher, após casamento de sete anos, mal sucedido afetivamente, vem através deste anúncio procurar mulher, que só goste de homem, para compromisso duradouro, desde que esta preencha certos requisitos.
O PRETENDIDO exige que a PRETENDENTE tenha idade entre 28 e 40 anos, não descartando, evidentemente aquelas de idade abaixo do limite inferior, descartando as acima do limite superior.
Devem ter um grau razoável de escolaridade, para que não digam, na frente de estranhos: "menas vezes", "quando eu se casei", "pobrema no uter", "eu já se operei do apênis", "é de grátis", "vamo de a pé", "adoro tar com você" e outras pérolas gramaticais.
Os olhos podem ter qualquer cor, desde que sejam da mesma e olhem para uma mesma direção.
Os dentes, além de extremamente brancos, todos os 32, devem permanecer na boca ao deitar e nunca dormirem mergulhados num copo d'água.
Os seios devem ser firmes, do tamanho de um mamão papaia, cujos mamilos olhem sempre para o céu, quando muito para o purgatório, nunca para o inferno. Devem ter consistência tal que não escapem pelos dedos, como massa de pão.
Por motivos óbvios, a boca e os lábios, devem ter consistência macia, não confundir com beiço.
A barriga, se existir, muito pequena e discreta, e não um ponto de referência.
O PRETENDIDO exige que a PRETENDENTE seja sexualmente normal, isto é, tenha orgasmos, se múltiplos melhor, mas mesmos os eventuais,quando acontecerem, que ela gema um pouco ou pisque os olhos, para que ele sinta-se sexualmente interessante. Independentemente da experiência sexual do PRETENDIDO, este exige que durante o ato sexual a PRETENDENTE não boceje, não ria, não fique vendo as horas no rádio relógio, durma ou cochile.
O PRETENDIDO exige que a PRETENDENTE não tenha feito nenhuma sessão de análise, o que poderia camuflar, por algum tempo, uma eventual esquizofrenia.
A PRETENDENTE deverá ter um carro que ande, nem que seja uma Brasília, que tenha dinheiro para o táxi, uma vez que pela própria idade do PRETENDIDO,ele não tem mais paciência para levar namorada de madrugada para casa. Enviar cartas, com foto recente, de corpo inteiro, frente e costas, para a redação deste jornal, para o codinome:
"CACHORRO MORDIDO DE COBRA TEM MEDO ATÉ DE BARBANTE".
Resposta da PRETENDENTE
Resposta da PRETENDENTE, publicada dias após, no mesmo periódico cearense:
Prezado HOMEM DESCASADO, li seu anúncio no jornal e manifesto meu interesse em manter um compromisso duradouro com o senhor, desde que (é claro) o senhor também preencha outros "certos"
requisitos que considero básicos!
Vale lembrar que tais exigências se baseiam em conclusões tiradas acerca do comportamento masculino em diversas relações frustradas, que só não deixaram marcas profundas em minha personalidade, porque "graças a Deus", fiz anos de terapia, o que infelizmente contraria uma de suas exigências!
Quanto à idade convém ressaltar que espero que o senhor tenha a maturidade dos 40 anos e o vigor dos 28, e que seu grau de escolaridade supere a cultura que porventura tenha adquirido assistindo aos programas do "Show do Milhão"...!
Seus olhos podem ser de qualquer cor desde que vejam algo além de jogos de futebol e revistas de mulher pelada.
E seus dentes devem sorrir mesmo quando lhe for solicitado que lave a louça ou arrume a cama.
Não é necessário que seus músculos tenham sido esculpidos pelo halterofilismo, mas que seus braços sejam fortes o suficiente para carregar as compras.
Quanto à boca, por motivos também óbvios, além de cumprir com eficiência as funções a que se destinam, as bocas no relacionamento de um casal, deve servir inclusive para pronunciar palavras doces e gentis e não somente: "PEGA MAIS UMA CERVEJA AÍ,MULHER !"
A barriga, que é quase certo que o senhor a tenha, é tolerável desde que não atrapalhe para abaixar ao pegar as cuecas e meias que jamais deverão ficar no chão.
Quanto ao desempenho sexual espera-se que corresponda ao menos palidamente à "performance" daquilo que o senhor "diz que faz" aos seus amigos! E que durante o ato sexual, não precise levar à cama os livros: "Manual do corpo humano", ou "Mulher, esse ser estranho"!
No que diz respeito ao item alimentação, cumpre estar atualizado com a lista dos melhores restaurantes, ser um bom conhecedor de vinhos e toda espécie de iguarias, além de bancar as contas, evidentemente.
Em relação ao carro, tornam-se desnecessários os trajetos durante a madrugada, uma vez que, havendo correspondência nas exigências que por ora faço, pretendo mudar-me de mala e cuia para a sua casa......meu amor!
Ass: A COBRA
Amigos loucos e sérios
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Louco que senta e espera a chegada da lua cheia.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.
Não vale a pena.
Daqui, deste posto avançado em que me encontro,
deste mágico mirante, percebo que pela via do bem ou pela veia do mal
já consegui na Vida algumas aquisições importantes.
No final a gente sabe sempre muito pouco mas já aceito as minhas frustações,
por exemplo, com a cabeça erguida e com os olhos lá adiante.
Já aprendi que não importa quão boa seja uma pessoa ela vai me ferir de vez em quando
e eu preciso perdoá-la por isso sob pena de ter o meu coração mergulhado no veneno do rancor.
Aprendo todos os dias que falar faz bem, pode aliviar dores emocionais.
E que não importa o que eu tenho na vida Mas pra onde estou indo,
E se de repente eu fico sem saber pra onde estou indo... qualquer lugar serve!
E descubro que só porque alguém não me ama do jeito que eu quero que me amem,
não significa que esse alguém não me ame com tudo que pode
porque existem pessoas que nos amam mas simplesmente não sabem com demonstrar.
Aprendo que nem sempre é suficiente Ser perdoada pro alguém.
Muitas vezes eu tenho que aprender a perdoar a mim mesma.
E não importa em quantos pedaços meu coração foi partido: o mundo não pára para que eu o conserte.
O Tempo não é algo que possa ¿voltar atrás¿. Aprendo que a Vida, sem Amor-por-mim-mesma,
Não vale a pena.
Não vale a pena.
Assim, eu mesma
planto o meu jardim
E decoro a minha alma,
Ao invés de esperar que
alguém me traga flores.
Saudade
Dúzias de pregos soltos,
três alfinetes de fralda
pra servir de desmazelo.
Um rolo de fita isolante,
que nem teve serventia.
seis retratos 3x4, fora
o do relicário de prata,
que não é meu, com mentira
escrita no verso. Em prosa.
Desarrumadas lembranças,
uma carta de amor,
três de baralho:
um rei de pau,
uma dama de quatro,
um ás de ouro puro
erro de cartomante.
Uma chave de fenda,
uma calcinha de renda,
uma clave de lua,
pena de passarinho,
asa de borboleta,
raiozinho de sol.
Minhas caixinhas de música,
conchinhas, tantos mares,
minha coleção de pedras,
meu colar de pérolas
e aquele salto alto,
que nunca foi lá.
Dois espelhos, sete chaves
e nenhuma abre a algema.
Uma faca desafiada
por um pulso sem coragem,
uma tesoura sem ponta,
assustando velhos papéis.
Um missal de madrepérola,
um santinho de São Jorge
assassinando o dragão
com um canivete suíço.
Três segredos tão sufocados
no amarrado da fita amarela.
Um soluço, a última ilusão.
Todos os versos que teimei,
todas as bugigangas que juntei,
todos os parafusos que perdi
e quase esquecido, de lado,
escondido entre rimas rasgadas,
um martelo torto e sem cabo
de tanto bater na saudade
AMOR
Não meça meus sentimentos,
Nem tente compará-los a nada,
Deles sei eu,,
Eu e meus fantasmas,
Eu e meus medos,
Eu e minha alma.
Sua incerteza me fere,
Mas não me mata.
Suas dúvidas me açoitam,
Mas não deixam cicatrizes.
Não me fale de nuvens,
Eu sou Sol e Lua,
Não conte as poças,
Eu sou mar,
Profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas,
Eu sou eterno e atemporal.
Não imponha condições,
Eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações,
Não as tenho, apenas aconteço,
Sem hora, local ou ordem.
Vivo em cada molécula,
Sou o todo e sou uno,
Você não me vê,
Mas me sente,
Estou tanto na sua solidão,
Quanto no meu sorriso.
Vive-se por mim,
Morre-se por mim,
Sobrevive-se sem mim,
Eu sou o começo e fim,
E todo o meio.
Sou seu objetivo,
Sua razão que a razão
Ignora e desconhece,
Tenho milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,
Todas lógicas apenas
Em motivações pessoais,
Todas corretas,
Todas erradas,
Sou tudo,
Sem mim, tudo é nada.
Sou amanhecer,
Sou Fênix,
Renasço das cinzas,
Sei quando tenho que morrer,
Sei que sempre irei renascer,
Mudo protagonista,
Nunca a história.
Mudo de cenário,
Mas não de roteiro.
Sou música,
Ecôo, reverbero, sacudo.
Sou fogo,
Queimo, destruo, incinero.
Sou água,
Afogo, inundo, invado.
Sou tempo,
Sem medidas, sem marcações.
Sou clima,
Proporcional a minha fase.
Sou vento,
Arrasto, balanço, carrego.
Sou furacão,
Destruo, devasto, arraso.
Mas sou tijolo,
Construo, recomeço ...
Sou cada estação,
No seu apogeu e glória.
Sou seu problema
E sua solução.
Sou seu veneno
E seu antídoto
Sou sua memória
E seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar
E seu trono.
Sou sua prisão,
Sou seu abandono e
Sou sua liberdade.
Sua luz,
Sua escuridão
E seu desejo de ambas,
Velo seu sono ...
Poderia continuar me descrevendo
Mas já te dei uma idéia do que sou,
Muito prazer, tenho vários nomes,
Mas aqui, na sua terra,
Chamam-me de
AMOR
Ter problemas na vida é
inevitável, ser derrotado
por eles é opcional."
(Roger Crawford)
Ser ou não ser
Às vezes me dá uma vontade tão grande de deixar cair a máscara e me mostrar frágil, sensível e medrosa...
Mas não posso. Sempre esperam de mim mais do que sou capaz de oferecer. E mesmo assim ofereço...
Esperam respostas... e mesmo sem tê-las, respondo.
Esperam que eu assuma comandos... e mesmo sem coragem, assumo.
Esperam a palavra que impulsiona... e mesmo emudecendo, impulsiono.
É preciso enfrentar o medo com um sorriso nos lábios e a alma dilacerada.
Afinal, quem vê minha alma?
Essa só eu sinto..
só eu vejo...
Só eu sei...
Minha alma
Minha alma garante estar bem, descobri isso ao fazer uma viagem ao redor do meu ser... Passando pelas recordações, pensando no destino.. A única coisa que é certa agora é o presente.
Confesso (que nestes dias de Setembro, a inspiração não me tem invadido. Pouco ou nada tenho escrito ultimamente... no entanto ontem decidi fazer um pequeno esforço e passar para o papel pelo menos uma parte dos meus pensamentos.
Já percebi que sou uma pessoa inconformada com tudo, talvez um pouco ambiciosa, mas tudo me parece um teatro, nem sei se acredito em destino, sempre estou em alguma estrada. Estrada que se chama anos e experiências. O mais importante nisso é que nunca caminhamos sozinhos e neste momento me sinto feliz por saber que não caminho só.
Nenhum ser humano é como uma ilha, ninguém está só! A solidão é um estado de espírito e Deus sempre está do nosso lado, ou melhor, sempre está nos carregando no colo.
Enfim acho que é isso. Vou terminar com algumas palavras que passaram pela minha cabeça neste momento..
Perto...
Dia após dia...
Campainha...
Saudade...
(In)conformada...
Aprendendo a viver...
Espero um dia deixar de esperar...
Fotografia...
4 de set. de 2008
Depressão. Onde está?

CARTA DE UMA MÃE PORTUGUESA

Plástica frustrada
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