15 de jul. de 2007

MÃES MÀS!!!


* Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a
que horas regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em
silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa
companhia.
Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram
do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós
pegamos isto ontem e queríamos pagar".
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas,
enquanto limpavam o seu quarto,tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês,
o desapontamento e tambémas lágrimas nos meus olhos.
Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a
responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras
que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente paradizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e emmomentos até odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci...
Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era
má, meus filhos vão lhes dizer:
"Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...".
* As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais,
ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas
fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne,
legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar a mesa, bem diferente das
outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que
lhe dissemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou
menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do
trabalho infantil". Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas
bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos
cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos
mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a
verdade e apenas a verdade.
E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os
nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à
porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com
12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e
aquela chata levantava para saber se a festa foi boa ( só para ver como
estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas
experiências na adolescência: Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em
roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos
por nenhum crime.
FOI TUDO POR CAUSA DELA.
Agora que já somos adultos,
honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos
"PAIS MAUS",
como minha mãe foi.
EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO
HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS.

Dr. Carlos Hecktheuer - Médico Psiquiatra.

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