3 de set. de 2007

AVE MARIA DAS MULHERES


Mãe,

Aqui, agora e a sós
Quero lhe pedir por todas nós.

Por aquelas que foram escolhidas
Para dar a vida.
Mulheres de todas as espécies
De todos os credos, raças e nacionalidades .
Todas aquelas nas quais a vida
Está envolvida em sorrisos, lágrimas, tristezas e felicidades.
Aquelas que sofrem por filhos que geraram e perderam.
As que trabalham o dia inteiro
Em casa ou em qualquer emprego.

Quero pedir pelas mães
Que penam por seus filhos doentes.
Quero pedir pelas meninas carentes
E pelas que ainda estão dentro de um ventre.
Pelas adolescentes inexperientes
Pelas velhinhas esquecidas em asilos
Sem abrigo, sem família, carinho e amigos .

Peço também pelas mulheres enfermas
Que em algum hospital aguardam pela sua hora fatal.

Quero pedir pelas mulheres ricas.
Aquelas que apesar da fortuna
Vivem aflitas e na amargura.

Peço por almas femininas mesquinhas, pequenas e sozinhas.
Por mulheres guerreiras a vida inteira.
Pelas que não têm como dar à seus filhos o pão e a educação.

Peço pelas mulheres deficientes.
Pelas inconseqüentes.
Rogo pelas condenadas, aquelas que vivem enclausuradas.
Por todas que foram obrigadas a crescer antes do tempo.
Que foram jogadas na lavoura
Ou em alguma cama devastadora.

Rogo pelas que mendigando nas ruas
Sobrevivem apesar dessa tortura.
Pelas revoltadas, as excluídas e as sexualmente reprimidas.

Peço pela mulher dominadora e pela traidora.
Peço por aquela que sucumbiu sonhos dentro de si.
Por todas que eu já conheci.

Peço por mulheres solitárias e pelas ordinárias.
As mulheres de vida difícil e que fazem disso um ofício.
E pelas que se tornaram voluntárias por serem solidárias.

Rogo por aquelas que vivem acompanhadas
Embora tristes e amarguradas.
E por todas que foram abandonadas.
As que tiveram que continuar sozinhas
Sem um parceiro, um amigo, um ombro querido.

Peço pelas amigas.
Pelas companheiras.
Pelas inimigas.
Pelas irmãs e pelas freiras.
Suplico por aquelas que perderam a fé.
Que se distanciaram da esperança.

Quero pedir por todas que clamam por vingança
E com isso se perdem em sua inútil andança.

Rogo pelas que correm atrás de justiça
Que a boa vontade dos homens as assista.
Peço pelas que lutam por causas perdidas.
Pelas escritoras e as doutoras.
Pelas artistas e professoras.
Pelas governantes e pelas menos importantes.

Suplico pelas fêmeas que são obrigadas a esconder seus rostos
E amputadas do prazer vivem no desgosto.

Quero pedir também pelas ignorantes
E por todas que no momento estão gestantes.
Por aquela mulher triste dentro do coração
Que vive com a alma mergulhada na solidão.
Por aquela que busca um amor verdadeiro
Para se entregar de corpo inteiro.

E peço pela que perdeu a emoção.
Aquela que não tem mais paz dentro do coração
E rogo, imploro , por aquela que ama.
E que não correspondida, vive uma vida sofrida.
Aquela que perdeu o seu amor
E por isso, sua alma se fechou.
Por todas que a droga destruiu.
Por tantas que o vício denegriu.
Suplico por aquela que foi traida.
Por várias que são humilhadas.
E pelas que foram contaminadas.

Mãe, quero pedir por todas nós
Que somos o sorriso e a voz.
Que temos o sentimento mais profundo
Porque fomos escolhidas tanto quanto você
Para gerar e apesar de qualquer coisa.
Amar...
Independente de quem forem nossos filhos.
Feios ou bonitos.
Amáveis ou rebeldes.
Perfeitos ou deficientes.
Tristes ou contentes.

Mãe, ajuda-nos a continuar nessa batalha.
Nessa guerra diária.
Nessa luta sem fim.
Ajuda-nos a ser feliz como a gente sempre quis.
Dai-nos coragem para continuar.
Dai-nos saúde para ao menos tentar.
Resignação para tudo aceitar.
Dai-nos força para suportar nossas amarguras
E apesar de tudo continuarmos a ser sinônimo de ternura.

Perdoa-nos por nossos erros
E por nossos insistentes apelos.
Perdoa-nos também por nossas revoltas
Nossas lágrimas e nossas derrotas.
E não nos deixe nunca mãe, perdermos a fé.
E sempre que puder
Peça por nós ao Pai.

E lembre-lhe que quando Ele criou EVA
Não deixou com ela nenhum mapa de orientação
Nenhum manual com indicação.
Nenhuma seta indicando o caminho correto
Nenhuma instrução de como viver
De como, a despeito de tudo vencer.

E mesmo assim.....conseguimos aprender.
Amém!

Silvana Duboc

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